domingo, 19 de abril de 2009

Paradigmas que aprendemos a construir e a implodir

Durante  toda a minha infância, adolescência e início de juventude, vivi sobre a crença de que todos seríamos iguais. Pecadores e iguais. Esse paradigma me foi sugestionado pela minha criação familiar e pela forte influência do catolicismo em minha vida. 
Me foi sugestionado que as diferenças de raça (cor) era apenas parte da criatividade de Deus, e que isso era bom.
Me foi sugestionado que as diferenças sociais, eram apenas apontadores de quem trabalhava mais que o outro, e que o sol estava lá para todos.
Agora, a sugestão mais marcante, foi de que Jesus Cristo, tinha (e tem) o poder para convocar um exército celestial para liquidar de uma só vez, todos os seus perseguidores, e aqueles que tramaram a sua morte. Mas em vez disso, utilizou um dos seus últimos suspiros para interceder por seus algozes. Em vez de um "QUEIMA ELES!!", veio um "PERDOE-OS".
Com o passar do tempo, a falta de disciplina, a falta de pastoreio e até a falta de identificação e algumas discordâncias, me afastaram por demais desses paradigmas. E ao buscar (ou ser levado) por um viver mais constante sob os ensinamentos de Jesus Cristo, encontrei um lugar de reconstrução entre os irmãos evangélicos, que muito me acolheram, que muito me ensinaram, que muito me amaram.
Com alegria, me surprendia sempre que deparava com algum ensinamento bíblico, que refletia algo que eu já buscava viver. Com sofrimento, lutava interiormente, sempre que um novo paradigma, vinha quebrar um anterior, já bem alicerçado. Mas sei, que muitas escamas me foram tiradas.
Novos paradigmas então se fizeram em mim, nem todos de forma direta, aliás, a grande maioria me foram sugestionados de forma indireta.
Me foi sugestionado que as diferenças de raça (cor) era apenas parte da criatividade de Deus, e que isso era bom. (MANTEVE-SE, GRAÇAS A DEUS!)
Me foi sugestionado que as diferenças sociais, eram decorrentes da fidelidade dos dízimos e ofertas para a casa do tesouro dos dias atuais (a igreja local). O dizimista fiel, prospera. O dizimista infiel, é penalizado pelo incessante ataque do demônio chamado de devorador/migrador, e estaria fadada a uma vida miserável.
Agora, a sugestão mais marcante, foi de que Jesus Cristo, tem o poder para convocar um exército celestial, e liquidar de uma só vez, todos os meus perseguidores, e aqueles que tramam por minha morte ou insucesso em alguma área. Tais pessoas, iriam pagar caro por tocar em alguém como eu, que sou de Deus, e quando forem dadivados pela misericórdia do Pai, nada sofreriam, apenas teriam que "engolir a seco", o meu sucesso multiplicado pelo cêntuplo.
Tal texto, pode causar polêmica, mas a intenção é outra. A intenção, é falar da diferenciação que fazemos do que de fato, Jesus ensinou. A intenção é mostrar a sede de (in)"justiça" que temos, para com alguém que nos ofende ou porporciona algum mal.
Tolerância, amor e respeito não é ecumenismo. É ser repetidor de Cristo.
É óbvio, que fiz aqui uma alegoria, GENERALIZANDO. É óbvio que esses paradigmas não são compartilhados pelos evangélicos que estudam a Bíblia e praticam o amor. (E SÃO MUITOS)
Hoje sou um cristão evangélico, e se for para apontar falhas para serem corrigidas, farei em mim mesmo e nos meus, pois o que me motiva não é rebeldia nem trauma, é esperança de mudança, é sobretudo, amor.

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